Câncer de pele

O câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e no mundo. A doença começa a ser desen­volvida a partir da infância e adolescência, ocorrendo principalmente pela ação da radiação ultravioleta dos raios solares e manifestando-se geralmente em jovens e idosos.

A população que corre mais risco são pessoas de pele e olhos claros ou que se expõem ao sol, como por exemplo, trabalhadores ao ar livre (pescadores, marinheiros, lavradores, etc) e esportistas (surfistas, montanhistas, etc).

Devido ao fato de não se possuir estatísticas confiáveis em relação a incidência do câncer de pele especificamente em surfistas, neste texto abordamos algumas informações relacionadas a incidência da doença em toda a população brasileira. Lembrando que os surfistas podem ser sérios candidatos a adquirem a doença, desde que não tomem os devidos cuidados com o principal fator de risco (radiação ultravioleta dos raios solares) ao qual ficam bastante expostos durante a pratica esportiva.

Basicamente, existem dois grupos distintos de câncer da pele: o não melanoma e os melanomas.
 
Câncer da pele não melanoma

O câncer da pele não melanoma é caraterizado por tumores de crescimento lento, localmente invasivo que dificilmente resultam em metástase. Apresentam-se como feridas que sangram e formam cascas que descamam e demoram a cicatrizar, habitualmente localizadas nas áreas expostas ao sol, como face (principalmente nariz e orelhas) e dorso das mãos.

Câncer de pele não melanoma

Trata-se de uma neoplasia de bom prognóstico, com altas taxas de cura se tratado de forma adequada e oportuna. Contudo, em alguns casos em que há demora no diagnóstico, esse câncer pode levar a ulcerações e deformidades físicas graves.

A exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco para o surgimento dos cânceres da pele não melanoma. O excesso de sol não só pode provocar queimaduras e câncer, mas também insolação, desidratação e envelhecimento precoce. Como a exposição solar tem efeito cumulativo, o câncer pode surgir depois de vários anos de exposição, com cicatrizes grandes e antigas predispondo a doença.

A doença acomete mais as pessoas de pele clara, do tipo que queima e não bronzeia, ou seja, as pessoas de origem hispânica, asiática e negros desenvolvem menos esse tipo de câncer.

Estima-se que no ano de 2012, o câncer da pele do tipo não melanoma será o mais incidente entre todos os tipos de canceres na população brasileira. Espera-se a detecção de 134 mil novos casos, destes 47% acometendo a população masculina e 53% a população feminina.  Esses valores correspondem a um risco estimado de 65 casos novos a cada 100 mil homens e 71 para cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
 
Tabela 1 - Estimativas para o ano de 2012 das taxas brutas de incidência por 100 mil habitantes e de número de casos novos por câncer, segundo sexo e localização primária*

Fonte: INCA (2011).
Este tipo de câncer é o mais incidente em homens nas regiões Centro-Oeste (124/100 mil), Sul (80/100 mil) e Norte (38/100 mil), enquanto, nas regiões Sudeste (73/100 mil) e Nordeste (39/100 mil), é o segundo mais frequente. Nas mulheres é o mais frequente em todas as regiões, com um risco estimado de 109/100 mil na região Centro-Oeste, 91/100 mil na região Sudeste, 68/100 mil na região Sul, 43/100 mil na região Norte e 42/100 mil na região Nordeste (Tabela 2).
 
Tabela 2 - Estimativas para o ano de 2012 de número de casos novos de câncer de pele não melanoma, por Estado.   

Fonte: INCA (2011).
Câncer de pele Melanoma

O melanoma da pele é um tumor agressivo que pode se disseminar para outras partes do corpo muito cedo. Caracteriza-se geralmente pela cor negra intensa, como mudança de cor de uma pinta ou sinal, mesmo que de nascença. Às vezes apresenta-se com algumas áreas averme­lhadas ou azuladas que não se elevam muito sobre a pele, a não ser quando começam a crescer.
 
Melanoma de pele

Este tipo de câncer é menos frequente do que os outros tumores da pele, porém sua letalidade é mais elevada, acometendo principalmente os caucasianos. No entanto, afeta todos os grupos étnicos em alguma proporção.

Lembrando que, um maior risco para o desenvolvimento da doença inclui história pessoal ou familiar de melanoma e que se diagnosticados em estádios iniciais, são curáveis e seu prognóstico é considerado bom.

Estima-se que em 2012, no Brasil serão detectados 6.230 novos casos, destes 50,9% na população masculina e 49,1% na população feminina. Sendo mais incidente nas regiões Sul e Sudeste, tanto para homens (3,26 – 6,71/100 mil), quanto para mulheres (2,83 – 6,36/100 mil), como podemos observar nas Figuras 1 e 2.

Figura 1 - Representação espacial das taxas brutas de incidência por 100 mil homens, estimadas para o ano de 2012, segundo Unidade da Federação (melanoma maligno da pele) 
Fonte: INCA (2011).

Figura 2 - Representação espacial das taxas brutas de incidência por 100 mil mulheres, estimadas para o ano de 2012, segundo Unidade da Federação (melanoma maligno da pele)
 

Fonte: INCA (2011).

Como prevenir

Como o abordado anteriormente, os surfistas podem ser sérios candidatos a adquirem o tipo de câncer mais incidente no mundo (câncer de pele não melanoma), devido a grande exposição a radiação ultravioleta dos raios solares, durante a pratica esportiva.

Para minimizar os riscos de adquirir a doença é preciso tomar alguns cuidados como:

·        Evitar exposição excessiva ao sol, principalmente das 11h às 15h;
·        Durante todo o tempo em que permanecer ao sol, usar protetor solar, pelo menos de proteção 15, fazendo aplicações a cada duas horas;
·        Proteger-se das superfícies refletoras: areia, concreto e água;
Surfista utilizando boné específico
para o surf e camiseta de lycra
com proteção ultravioleta
·        Sentar-se à sombra não garante total proteção, por exemplo, o guarda-sol protege apenas 40% da radiação solar;
·        As crianças devem ter cuidado especial, pois sua pele é mais sensível;
·        Utilizar roupas com proteção dos raios solares (chapéu ou boné e camisetas de lycra com proteção ultravioleta);
·        Utilizar-se de hidratantes para a pele é benéfico após a exposição ao sol;
·        Manter alimentação saudável e rica em vitaminas;
·        Fazer periodicamente o autoexame para detectar sinais da doença:
- Pintas, verrugas (de nascença ou não), nódoas e crostas;
- Ficar alerta às modificações de espessura, superfície, cor, tamanho, coceira ou sangramento;
- Especial atenção às pintas e verrugas negras. 
  


Referências

Estimativa 2012 : incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro : Inca, 2011. Dispnível em: < http://www.inca.gov.br/estimativa/2012/estimativa20122111.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2012.

HOSPITAL ERASTO GAERTNER. Pele Bem cuidada é sinal de saúde. Disponível em: <http://www.erastogaertner.com.br/arquivos/folder_pele.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário